HPV







O Vírus do Papiloma Humano (HPV) pertence à família dos Papovavírus, sendo sexualmente transmissível com a capacidade de infectar todas as pessoas, independentemente do seu sexo, idade, etnia ou localização geográfica. Desde o inicio dos anos 90, a associação deste vírus com o desenvolvimento do carcinoma do colo do útero, verrugas e outras patologias anogenitais tem sido muito forte.
As infecções por HPV são extremamente comuns, no entanto, a maioria dos indivíduos infectados não apresenta sintomas. Existem diferenças ao nível das infecções por HPV, sendo que a presença de papilomas ou de verrugas genitais sugere infecção por HPV’s não oncogénicos (baixo-risco) enquanto que no caso de lesões do colo do útero os mais frequentes são os oncogénicos (alto-risco).
Sendo uma infecção transmitida por via sexual, são extremamente importantes as precauções a este nível. A utilização de preservativos não garante protecção contra a infecção por HPV.
Foram encontrados mais de 120 tipos diferentes. A maior parte dos tipos leva ao desenvolvimento de verrugas cutâneas, no entanto, existem outros capazes de infectar a região anogenital. Ainda assim, os tipos de HPV encontrados nas verrugas não são os mesmos dos tumores malignos.

Dentro dos tipos capazes de infectar a região anogenital, podem distinguir-se dois tipos:
- Alto risco/ oncogénicas (como o Papilomavírus Humano tipos 16 e 18) podem provocar cancro do colo do útero ou alterações pré-cancerosas nas células do epitélio do colo do útero, que podem, posteriormente, evoluir para cancro.
- Baixo risco/ não oncogénicas (como o Papilomavírus Humano tipos 6 e 11) podem causar condilomas genitais e alterações benignas (não cancerosas) no colo do útero.
No geral, uma infecção por HPV não leva ao desenvolvimento de cancro.


Transmissão:
O HPV é facilmente transmitido por:
· contacto sexual,
· não sexual (familiar ou hospitalar)
· por via materno fetal (durante a gestação, intra e periparto).
· via não sexual apenas viável durante curtos períodos de tempo.


Clínica:
O período de incubação, desde a infecção até ao desenvolvimento de doença, muitos estudos sugerem que este demorará entre 3 semanas a 8 meses, com uma média de 3 meses, desde que existam as condições propícias para o seu desenvolvimento. Na maioria das vezes o desenvolvimento está relacionado com a competência imunológica de cada indivíduo e a carga viral (quantidade de vírus) no local da infecção.

Sintomas:
Normalmente, uma infecção por HPV é assintomática, não localizada e na maioria das vezes multicêntrica. Geralmente não se observa qualquer alteração no corpo, podendo surgir apenas comichão, ardor durante o acto sexual ou corrimento anormal.
As infecções por HPV podem-se manifestar de três formas distintas:
· forma latente: caracterizada pela presença latente do vírus e que não apresenta qualquer sintoma que evidencie sinais para diagnóstico. Pacientes com histórico de infecções por HPV devem, juntamente com os exames de rotina, efectuar diagnósticos por técnicas de biologia molecular que permitem a identificação do vírus
forma subclínica: infecção assintomática ou apenas com alguns sinais inespecíficos, como prurido, ardência e dor durante a relação sexual. Médicos ginecologistas são capazes de identificar e visualizar uma lesão sob a forma subclínica, utilizando métodos de diagnósticos específicos, como por colposcopia. A análise de infecção por HPV deve ser efectuada quando há suspeita de alterações no colo do útero.
forma clínica (condiloma): presença de verruga genital visível a olho nú com um aspecto áspero e irregular que pode aparecer nas formas acuminado, plano e gigante. A mais comum é a forma acuminada, uma forma verrugosa de cor rósea, superfície rugosa e consistência firme, conhecida como crista de galo. A forma plana aparece como tecido branco acompanhado ou não de alterações vasculares. O condiloma gigante é a forma vegetante e exuberante, caracterizada por um crescimento por vezes muito rápido.

Diagnóstico:
A identificação de uma infecção para HPV pode ser efectuada por diversos exames:
Papanicolau: é o exame preventivo mais comum que, apesar de não detectar a presença do vírus, permite a visualização de alterações morfológicas ao nível do colo do útero suspeitas de uma infecção pelo HPV.
Colposcopia: exame feito por um aparelho denominado colposcópio, que aumento, permite identificar as lesões que necessitam à posteriori, de confirmação histológica e de diagnóstico de infecção por HPV.
Biopsia: remoção de uma pequena porção de tecido do colo do útero para análise histológica e diagnóstico de infecção por HPV.
PCR (Polimerase Chain Reaction): técnica de biologia molecular que recorre à amplificação de uma sequência especifica do DNA do vírus, multiplicando o número de cópias dessa sequência, de modo a que possa ser detectada. Altamente sensível e capaz de detectar o vírus mesmo em quantidades muito pequenas.
Captura Híbrida: é uma técnica que permite diagnosticar a presença do vírus mesmo antes da paciente apresentar qualquer sintoma. É o único exame capaz de afirmar com certeza se a infecção existe ou não. Utiliza equipamentos específicos que permitem a detecção e identificação da infecção por vírus, permitindo distinguir entre vírus de alto e/ou baixo risco.


Tratamento:
Apesar de existir várias formas de tratamento, não há um tratamento único e a maioria tem como finalidade destruir o tecido infectado.
Os tratamentos existentes são:
Criocirurgia: um processo de congelação que destrói as células anómalas
Laser: utilizado para cortar ou destruir o tecido onde se encontram as lesões;
Cirurgia de Alta Frequência (CAF)/Electrocauterização: instrumento eléctrico que remove e cauteriza a lesão;
Conização: um pedaço de tecido em forma de cone é retirado com auxílio do bisturi, do Laser ou do CAF;
Tratamentos Químicos: terapêuticos aplicados sobre as lesões;
Imunomodeladores: terapêuticos capazes de aumentar a resposta imunológica para o combate à infecção;

No caso de estar perante um carcinoma do colo do útero, o acompanhamento médico é especialmente importante, uma vez que os tratamentos aplicados são mais específicos e rigorosos. No tratamento desta neoplasia estão indicadas terapias multidisciplinares envolvendo a Cirurgia, a Radioterapia e a Quimioterapia.

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