A hepatite B é provocada pelo Vírus da Hepatite B (VHB), descoberto em 1965.
É uma das doenças mais frequentes do mundo; mais frequente que a HIV e VHC.
É mais prevalente na Ásia, Pacífico e África. Tem menor incidência no mundo desenvolvido, Estados Unidos da América e Europa Ocidental.
O Vírus da Hepatite B (VHB), da família dos hepadnavírus, é composto por ácido desoxirribonucleico sendo o único vírus de hepatite a possuir ADN como material genético.
O VHB tem predilecção forte pela infecção dos hepatócitos do fígado.
Transmissão:
A transmissão ocorre por via:
- sexual
–parentérica
- vertical/perinatal
As duas primeiras são as formas principais de transmissão no mundo industrializado.
Nos países em desenvolvimento, a transmissão de mãe para filho é também uma forma importante de contágio Esta é especialmente grave, dada a grande tendência de evolução para a cronicidade(90%) comparadamente às outras formas de contagio e que a probabilidade de evoluir para cronicidade e de apenas 10%.
O vírus transmite-se através do contacto com o sangue e fluidos corporais de uma pessoa infectada, da mesma forma que o vírus da imunodeficiência humana (VIH), que provoca a Sida, só que o vírus da hepatite B é 50 a 100 vezes mais infeccioso do que o VIH.
Patogênese e complicações:
O vírus provoca:
-hepatite aguda (90%)
Na grande maioria dos casos, cura – se de forma espontânea; sendo os sintomas de febre, mal-estar, desconfortam, dor abdominal, icterícia, a urina escura e as fezes hipocólicas auto limitados.
Contudo, em alguns casos pode evoluir para uma hepatite aguda fulminante com rápida e irreversível destruição do fígado.
-hepatite crónica (10%)
Se a evolução da doença for superior a 6 meses.
A transmissão por via vertical tem uma grande tendência para a cronicidade.
É mais grave, pois pode evoluir para insuficiência hepática com cirrose e carcinoma hepatocelular, apesar de os doentes até ao desenvolvimento dessas complicações, terem uma sintomatologia mais leve do que a da hepatite aguda.
Diagnóstico:
O diagnóstico é serológico.
O diagnóstico da hepatite B deve diferenciar aqueles que já tiveram a doença aguda e estão agora curados dos que têm hepatite crónica que necessitam de vigilância e tratamento.
São usadas técnicas elaboradas de detecção de antigénios e anticorpos diferentes que surgem em diferentes estágios da doença.
O episódio agudo é diagnosticado pela detecção no sangue de antigénios HBs e HBe, e anticorpos anti-HBc além de transaminases (enzimas que existem no interior dos hepatócitos e só saem para o sangue com destruição destes: indicadores de hepatite) simultaneamente.
A infecção passada resolvida caracteriza-se por anticorpos anti-HBs e anti-HBc do tipo IgG.
A imunidade efectiva da vacina é determinada pela detecção de anticorpos anti-HBs do tipo IgG, mas não anti-HBc.
O doente crónico apresenta no sangue antigénios HBe e HBs altos e anticorpos anti-HBc do tipo IgG mas não anti-HBs. Além disso, pode ter transaminases elevadas (hepatite activa) e testes para a presença de vírus no sangue (PCR) positivos.
Prevenção:
As principais formas de prevenir o contágio são:
- Evitar o contacto com sangue infectado , não partilhar objectos cortantes e perfurantes
- usar sempre preservativo nas relações sexuais
-realizar tatuagens, «piercings» utilizando instrumentos adequadamente esterilizados.
-VACINAÇÃO
Em Portugal, está incluída no Programa Nacional de Vacinação.
É composta por três doses que são administradas através de injecções intramusculares e regista uma eficácia de 95 por cento
a vacina contra a hepatite B que pode ser tomada por todas as pessoas, mas que não tem qualquer efeito em quem já está infectado pelo vírus.
Tratamento:
A hepatite B aguda é tratada com repouso e aconselha-se o doente a não consumir bebidas alcoólicas e alimentos ou medicamentos que possam ser tóxicos para o fígado.
Na hepatite B crónica pode fazer-se o tratamento com interferão ou com medicamentos designados por análogos dos nucleósidos( lamivudina, adefovir).
Se a hepatite crónica conduzir à cirrose e esta evoluir para a insuficiência hepática, aconselha-se o transplante hepático.
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